Teresa Magalhães

Investigadora. Médica Especialista em Medicina Legal

No seu trajeto profissional, desde 1987, sempre atribuiu igual interesse e dedicação à atividade pericial clínica, de investigação científica e de ensino. Sente a investigação e o ensino como fundamentais para o desenvolvimento da área clínica, através do aprofundamento e atualização do conhecimento, bem como na promoção da qualidade e na inovação, sempre numa perspetiva de utilidade e de translação. Da mesma forma, necessita das perícias clínicas para apoiar e dar sentido ao ensino e investigação, baseando-os na realidade da prática forense. As atividades de gestão e associativa, foram-se desenvolvendo ao longo deste trajeto, bebendo da experiência nas três áreas de atividade anteriormente referidas, e tentando criar e desencadear soluções para as promover.
A linha condutora da sua atividade, foi sempre o processo de vitimização, tendo como objeto a pessoa vítima de violência voluntária (violência doméstica, maus tratos, agressões sexuais, ofensas à integridade física) ou involuntária (acidentes de viação e acidentes de trabalho), numa ótica médico-legal e forense mas, também, reabilitadora e social.
Nos seus 33 anos de trabalho, realizou mais de 18064 perícias de clínica médico-legal (entre outros tipos de perícias forenses).
Tem privilegiado o ensino pré e pós-graduado da área da clínica médico-legal, designadamente no Mestrado Integrado em Medicina (regente da Unidade Curricular de Medicina Legal), no Curso de Especialização em Avaliação do Dano Pessoal Pós-Traumático e nos Programas de Mestrado e Doutoramento em Ciências Forenses, que dirige, mas lecionando não apenas para futuros médicos, como também para juristas, psicólogos, criminologistas e técnicos forenses, entre outros, dado que se trata de uma área que apela à intervenção multidisciplinar e de várias especialidades médicas, para os quais a formação nesta matéria pode ser fundamental. É docente convidada da FMUP desde há 31 anos, sendo regente de várias unidades curriculares e foi professora catedrática convidada na FMUP durante 4 anos, ocupando também este cargo durante 10 anos no ICBAS e atualmente na CESPU (desde há 5 anos). O seu doutoramento (1997) e agregação (2004), surgiram de forma natural neste percurso, visando, sobretudo, desenvolver o seu conhecimento, capacidades e competências.
A investigação científica tem sido especialmente gratificante, na medida em que a translação e transferência do conhecimento se têm revelado claramente eficazes, muito particularmente em Portugal e também no Brasil, sobretudo a nível do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P., das Companhias de Seguros, da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, bem como na atividade pericial clínica a nível privado. Isto tem-se refletido no trabalho desenvolvido pelos órgãos de polícia criminal, ministério público, tribunais, advogados, comissões de proteção de crianças e jovens, bem como, mais recentemente, a nível da saúde, contribuindo, assim, como é seu objetivo, para a promoção da Saúde e da Justiça. “Reduzindo” a números o seu perfil científico, pode este resumir-se de acordo com as métricas seguintes, no que respeita aos 100 artigos que tem em revistas indexadas com fator de impacto, sendo a primeira ou a última autora de 57 artigos e estando 25 artigos situados até ao percentil 50 da sua área científica, tendo por referência o JCR do ISI. Com um total de citações de 1260, o número de citações como primeira ou última autora é de 600, tendo por referência o número de citações no SCOPUS, com H-index de 18. É de realçar que o decréscimo sentido em 2015 se relaciona com profundas mudanças a nível do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. o que, apesar de se traduzir em termos de redução da produtividade científica, acabou por significar uma enorme evolução das atividades clínica e de ensino. Além dos números abaixo indicados tem 182 publicações entre revistas não indexadas, 57 capítulos de livros e 8 livros, apresentou 834 comunicações em reuniões científicas e orientou, concluindo, 87 provas académicas (3 de doutoramento, 34 de mestrado científico, 50 de mestrado integrado e 3 de licenciatura).

A par destas atividades, surgiram, como consequência natural, as atividades de gestão e associativa, tendo sido dirigente superior do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. (durante 13 anos), diretora do serviço de Medicina Legal da FMUP (o qual foi mudando de designações, sendo atualmente uma Unidade integrada num Departamento – desde há 19 anos), dirigente da Unidade Nacional de Avaliação do Dano Pessoal da Fidelidade - Companhia de Seguros S.A. (desde há 5 anos) e membro da direção do Colégio de Especialidade de Medicina Legal ou da Comissão Técnica da Competência em Avaliação do Dano Corporal da Ordem dos Médicos (desde há 21 anos - assumindo também o cargo de presidente, por períodos, em ambos). Foi fundadora dirigente de várias associações científicas.